quinta-feira, 10 de março de 2022

Caminhoneiros reagem à mega-alta do diesel: “O Brasil vai parar”

Líder da greve dos caminhoneiros que parou o Brasil em 2018, Wallace Landim, o Chorão, criticou duramente o mega-aumento de 24,9% anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira (10/3) no preço do diesel, e afirma que não há mais condições de trabalho para a categoria.

“A promessa de governo do presidente Jair Bolsonaro até agora não se cumpriu. E isso não é uma pauta só dos caminhoneiros. Estamos juntos com o povo para fazer o melhor para o nosso país. O Brasil vai parar automaticamente, porque não se tem mais condições de rodar”, afirmou, ao Metrópoles.
Rio de Janeiro RJ Sede da Petrobras no Centro do Rio

Chorão se mostra surpreso com o tamanho do aumento anunciado pela estatal. A guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura 15 dias, desestabilizou o mercado de petróleo e levou a Petrobras a reajustar o preço dos combustíveis em um nível que não se via há muitos anos.

“É uma situação que prejudica não só os caminhoneiros, como também toda a população. Tudo que chega nas prateleiras dos mercados vai por caminhão”, disse. “A Petrobras, neste momento, precisa dar lucro? Qual é o papel da Petrobras? É uma empresa estratégica, mas estamos vendo uma Petrobras atendendo o mercado, os acionistas.”

Diretor-presidente do Conselho Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas (CNTRC), Plínio Nestor Dias critica o Preço de Paridade de Importação (PPI) da estatal.

“A gente sabia que isso [alta do diesel] ia estourar. A revolta, a indignação, a insatisfação dos caminhoneiros está muito grande a nível nacional. Nós temos agora que ficar do lado da categoria. Se tiver que parar o país, podem contar com a gente, porque faz parte da nossa pauta”, assegura.

“Não há necessidade de termos a majoração dos nossos preços relacionada ao preço do barril de petróleo internacional”, complementa o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Ijuí-RS, Carlos Alberto Litti Dahmer.

Além do fim do PPI, Litti protesta pelo aumento da capacidade de refino e pela diminuição do rendimento da Petrobras. A estatal registrou um lucro líquido de R$ 106,6 bilhões somente no ano passado. “Essas três medidas vão atender aquele fim para o qual a Petrobras foi criada, ou seja, o fim social, o fim para o povo brasileiro – e não essa política equivocada de agora, que é só dar lucro aos acionistas” afirma o dirigente sindical.

“Quem não pode correr o risco é o povo brasileiro. Risco de não conseguir abastecer, de não ter o gás de cozinha pra cozinhar e de não ter o óleo diesel pra fazer o transporte”, acrescenta Litti.

Fonte: Metrópoles 

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